Empresas nascentes
Capital humano
Desempenho financeiro
Área
Empreendedorismo
Tema
Microempreendedor, Empreendedorismo Regional e Empreendedorismo Corporativo.
Autores
Nome
1 - Jônatas Martins de Assis UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ (UNESA) - Goiânia/GO
2 - Jheferson Guimarães da Silva SBCE - SOCIEDADE BRASILEIRA DE CULTURA E ENSINO SUPERIOR LTDA - Coordenação
3 - Rubens Rodrigues Fernandes Junior UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS (UFG) - FACE
Reumo
A origem de um novo negócio baseia-se em uma linha contínua que se inicia na origem do indivíduo e percorre até a constituição da empresa, haja vista que, toda e qualquer experiência, desse indivíduo, impactará em suas ações como empresário (GARTNER, 1985; SPIGEL, 2017). Nesse sentido, faz-se necessário investigar o desempenho financeiro das empresas nascentes e sua relação com o capital humano, pois há a expectativa por parte do empresário que a empresa se autossustente o mais rápido possível (DELMAR; SHANE, 2004; FULLER et al., 2018; BURKE et al., 2018).
Qual a relação do capital humano do empreendedor com o desempenho financeiro das empresas nascentes? O objetivo geral do trabalho é investigar a relação do capital humano do empreendedor com o desempenho financeiro das empresas nascente.
O de constructo desempenho organizacional remete ao fenômeno de que algumas empresas são mais bem-sucedidas do que outras (HAMANN et al., 2013). Como ressaltam Gartner et al. (2004), os empreendedores possuem várias características demográficas e cognitivas que podem aumentam a probabilidade de criar um empreendimento de forma satisfatória. Portanto, identificar e agrupar essas características torna-se um exercício fundamental para entender o processo subjacente à criação de novas empresas com o suporte do empreendedor.
Esse trabalho foi realizado com dados secundários longitudinais de uma base de dados norte-americana, o Panel Study of Entrepreneurial Dynamics II (PSED II) - Painel de Estudo da Dinâmica Empreendedora. As informações obtidas com o PSED II têm como foco o processo de criação de empresas. Ela dá suporte à compreensão de como o empreendedor se mobiliza nos estágios iniciais de estruturação do novo negócio (REYNOLDS; CURTIN, 2008). A variável dependente utilizada neste trabalho corresponde ao desempenho financeiro dos empreendimentos em estágio inicial.
A variável ‘escolaridade’ foi estatisticamente significante no modelo, demonstrando que, quanto maior o nível de escolaridade, maior a chance de desempenho financeiro. A variável ‘experiência na indústria’ apresentou um p-valor de 0,032, demonstrando que, quanto maior a experiência na indústria na qual foi fundada o novo negócio, maior a chance de desempenho financeiro. A variável ‘empresas abertas’ apresentou um p-valor de 0,895, demonstrando que a quantidade de empresas um empreendedor ajudou criar como sócio, ou proprietário, não aumenta as chances de desempenho financeiro.
De acordo com os achados, quanto maior a escolaridade do empreendedor, maior a chance de um bom desempenho financeiro. Assim como, quanto maior a experiência do empreendedor no ramo da empresa criada, maior a chance de um bom desempenho financeiro. Os resultados mostram a relevância de se investir em educação para garantir o sucesso econômico de uma região. Além de garantir a educação básica, faz-se necessário programas específicos de empreendedorismo para fomentar a criação de novos negócios, aumentando a quantidade de empregos disponíveis e concomitantemente enriquecendo a economia local.
GARTNER, W. A Conceptual Framework for Describing the Phenomenon of New Venture Creation. The Academy of Management Review, v. 10, n.4, p. 696-706, 1985.
REYNOLDS, P. D; CURTIN, R. T. Business Creation in the United States: Panel Study of Entrepreneurial Dynamics II Initial Assessment. Foundations and Trends in Entrepreneurship, v. 4, n. 3, p. 155–307, 2008.
REYNOLDS, P. D. Informal and Early Formal Financial Support in the Business Creation Process: Exploration with PSED II Data Set. Journal of Small Business Management, v. 49, p. 27-54, 2011.