Resumo

O termo ESG surgiu primeiramente em um relatório do Pacto Global das Nações Unidas, “Who Cares Wins”, em 2004. No ano seguinte, foi divulgado o relatório Freshfields, em que foram apresentadas as primeiras evidências acerca da relevância dos fatores ESG, discutindo decisões de investimento (ECCLES; LEE; STROEHLE, 2021). Dessa forma, as empresas veem as questões de sustentabilidade com importância, e os investidores socialmente responsáveis utilizam os fatores ESG em seu processo de alocação de capital (KHAN, 2022).

A literatura aponta para a crescente importância do tema de ESG, que tem ganhado cada vez mais espaço nas pesquisas acadêmicas nos últimos anos, além de ser considerada uma medida universalmente reconhecida para mensuração de sustentabilidade corporativa, (KHAN, 2022). Assim, o estudo tem como problema de pesquisa: Como se configura o estado da arte da produção científica sobre Environmental, Social and Governance (ESG)? Para responder a problemática levantada, o estudo tem como objetivo geral investigar o estado da arte da produção científica sobre Environmental, Social and Governance (ESG).

Os fatores ESG têm como objetivo medir as ações de uma empresa e seus resultados, para que investidores possam tomar decisões conscientes. O movimento environmental, social and governance funciona a incentivar as empresas a divulgar seus dados de performance financeira, ambiental e de responsabilidade social. Atualmente, ESG é a forma de mensuração dos aspectos sustentáveis e sociais de uma empresa que é mais amplamente aceita (DAI; TANG, 2022). Nos últimos anos, houve uma crescente na quantidade de publicações relacionadas a aspectos ambientais, de governança, e sociais.

O estudo caracteriza-se como descritivo e com abordagem quantitativa, utilizando o método de pesquisa bibliométrico. Os procedimentos técnicos são documentais, mediante consulta aos periódicos indexados na base de dados Web of Science, Spell (Scientific Periodicals Electronic Library) e aos congressos brasileiros SemeAd (Seminários em Administração) e Engema (Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente) no período de 2017 a 2022, ressaltando que o último ano engloba estudos publicados até a data final do levantamento de artigos para esta pesquisa, 25 de maio de 2022.

As publicações internacionais apontam para a maioria da Inglaterra e Estados Unidos. Sebastian Utz destacou-se em número de publicações. As palavras-chave que predominaram nos estudos foram ESG, covid-19 e sustentabilidade. Para as publicações brasileiras, Luiz Eduardo Gaio foi o pesquisador com maior número de publicações. Assim como nas publicações internacionais, ESG e sustentabilidade foram palavras-chave recorrentes. O tema com maior número de publicações é o de Governança e Sustentabilidade em Organizações, sendo a natureza quantitativa a predominante, e destaque no setor financeiro.

Foi possível concluir que a pesquisa de ESG está concentrada principalmente em países desenvolvidos, como os pertencentes à União Europeia e os Estados Unidos, indicando, assim, que os estudos em ESG ainda estão em fase embrionária nos demais países. Essa afirmação é enfatizada especialmente para o Brasil, o país aqui analisado, que concentra sua representação em anais de eventos, havendo, atualmente, pouca expressão em periódicos.

DAI, T.; TANG, C. Frontiers in Service Science: Integrating ESG Measures and Supply Chain Management: Research Opportunities in the Postpandemic Era. Service Science, v. 14, n. 1, p. 1-12, 2022. ECCLES, R. G.; LEE, L.; STROEHLE, J.C. The social origins of ESG: An analysis of Innovest and KLD. Organization & Environment, v. 33, n. 4, p. 575-596, 2021. KHAN, M. A. ESG disclosure and Firm performance: A bibliometric and Meta Analysis. Research in International Business and Finance, p. 101668, 2022.