Resumo

Título do Artigo

LOOP, VIRTUALIZAÇÃO E TROCA: práticas de gestão de operações sustentáveis na cadeia brasileira de embalagens
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Palavras Chave

Economia Circular
Resíduos Sólidos
Embalagens

Área

Artigos Aplicados

Tema

Gestão Socioambiental

Autores

Nome
1 - Jorge Alfredo Cerqueira Streit
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Asa norte
2 - Patricia Guarnieri
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Departamento de Administração - FACE
3 - Gustavo Yuho Endo
UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA (UNOESTE) - Business School Unoeste
4 - Lechan Colares-Santos
UNIVERSIDADE DO OESTE PAULISTA (UNOESTE) - BUSINESS SCHOOL UNOESTE

Reumo

Sendo a Economia Circular (EC) um modelo caracterizado pela desaceleração no uso dos recursos e fechamento do ciclo produtivo, mesmo os países desenvolvidos precisam progredir. O framework lançado pela Fundação Ellen Macarthur (método ReSOLVE) ajuda organizações de todo o mundo a organizar suas cadeias de suprimentos através das práticas: Regenerate, Share, Optimize, Loop, Virtualize and Exchange (EMF, 2017). Este trabalho teve por objetivo analisar a capacidade da cadeia brasileira de embalagens promover a criação de circuitos (loop), a virtualização e a troca entre os participantes.
Desde 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos estimula a integração dos stakeholders para efetivação do princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos (Brasil, 2010). Afinal, a estruturação dos canais reversos para implementação da Logística Reversa é obrigação para alguns setores, dentre eles os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos distribuídos em embalagens em geral (Brasil, 2010). Entretanto, percebe-se um esvaziamento do pactuado, tendo em vista que somente 13 destas associações ainda pertencem à Coalizão de Embalagens.
Em todas as fases do ciclo de vida de uma política pública, ela é influenciada por necessidades, ideologias e interesses de diferentes stakeholders. Com a PNRS não foi diferente, antes mesmo da sanção, foram mais de 20 anos de negociação. Para sua real implementação, mais investigações são necessárias. Mesmo com crescimento do tema Economia Circular na comunidade científica, de acordo com Meherishi, Narayana, & Ranjani (2019) faltam trabalhos científicos que relacionam questões ligadas à sustentabilidade e a gestão de embalagens no contexto da cadeia de suprimentos rumo à Economia Circular.
A presente pesquisa é considerada qualitativa, aplicada e descritiva. O estudo de caso em questão coletou dados por meio de pesquisa documental e entrevistas em profundidade com roteiro semiestruturado. 53 (cinquenta e três) stakeholders participantes da cadeia de embalagens foram ouvidos, entre eles, promotores de justiça, políticos, empresários, catadores, especialistas, servidores públicos e representantes de organizações não governamentais. A análise de conteúdo do tipo categorial temática, conforme Bardin (2011), proporcionou a o atingimento do objetivo proposto.
A insistência dos fabricantes em usar determinados materiais que não possuem comercialização no mercado da reciclagem ilustra a problemática quanto ao Loop. Ainda que a pandemia da COVID-19 tenha acelerado práticas de Virtualização, como “digitalização de atividades e processos” e “melhoria do produto e manutenção periódica”, a maioria dos entrevistados afirma não existir ou não perceber feitos no cenário brasileiro. Apesar de algumas empresas se mostrarem preocupadas com tecnologias, o cenário 4.0 com Big data ou machine learning ainda está distante de ser realidade no Brasil.
Contribuições teóricas e práticas podem ser extraídas a partir dos resultados desta pesquisa, uma vez que analisou-se uma política pública em vigência no país. Espera-se que estas constatações sirvam de diretrizes no processo de tomada de decisão no sistema de logística reversa de embalagens nos Brasil. Aos acadêmicos, demonstra-se a aplicação de um framework já consolidado na área para investigação de práticas socioambientais na cadeia de suprimentos, além de instigar lacunas deixadas para pesquisas posteriores.