1 - Rafaela de Almeida Araújo UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
2 - Tereza Cristina Batista de Lima UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC
3 - Luis Eduardo Brandão Paiva UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - Programa de Pós-Graduação em Administração
4 - Isabella Carneiro Catrib UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
Reumo
O Fenômeno do Impostor é caracterizado como um sentimento incapacitante de insegurança, inadequação e fracasso, que assombra pessoas que atribuem o sucesso à sorte, em vez de reconhecerem as próprias competências (PARKMAN, 2016). Para lidar com o esgotamento causado pelo fenômeno, indivíduos tendem a criar estratégias de enfrentamento dos sentimentos de impostura. Assim, faz-se necessário ampliar compreensões sobre as estratégias de coping utilizadas para desses sintomas, especialmente para que ocorra um maior desenvolvimento dos discentes e docentes de programas de pós-graduação.
A literatura aborda as diferentes estratégias negativas e positivas de coping e como os acadêmicos são afetados pelo fenômeno do impostor. Diante disso, mostra-se a seguinte questão para o desenvolvimento desta pesquisa: qual a relação entre o Fenômeno do Impostor e as estratégias de coping com o perfil dos acadêmicos da pós-graduação em negócios? Nesse sentido, o objetivo da pesquisa é compreender qual a relação entre o Fenômeno do Impostor e as estratégias de coping com o perfil dos acadêmicos da pós-graduação em negócios.
O princípio central do Fenômeno do Impostor é que os indivíduos acreditam que iludem os outros, fazendo parecer que são mais competentes ou inteligentes do que acreditam que realmente são. Os indivíduos com sentimentos de impostura relatam baixa autoavaliação e falta de consideração positiva por si mesmo (MCELWEE; YURAK, 2010). O coping se caracteriza pelas categorias básicas usadas para classificar como as pessoas utilizam estratégias de enfrentamento, formas como as pessoas respondem às situações, como a busca de ajuda, reflexão, resolução de problemas ou rejeição (SKINNER et al., 2003).
Esta pesquisa se caracteriza como quantitativa e descritiva, com o universo da pesquisa sendo composto por professores e estudantes de pós-graduação. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário estruturado, com uma amostra de 533 indivíduos, sendo 146 professores e 387 alunos. Foram adotadas, para análise dos dados, a estatística descritiva e a Análise de Variância (ANOVA). Os dados foram tratados por meio do software Statistical Package for the Social Science (SPSS) (versão 26).
Os resultados demonstram que mulheres sofrem mais com o Fenômeno do Impostor, buscando o “Suporte Social”. Os homens utilizam mais o “Controle”. Quanto à cor da pele, os de pele mais escura são os que mais sofrem com fenômeno, usando estratégias negativas, como “Isolamento”. Os religiosos adotam estratégias de coping positivas e têm menos dificuldade ao enfrentar o Fenômeno do Impostor. A estratégia de coping mais usada por aqueles que praticam exercícios físicos é o “Controle”. Os que não praticam exercícios sofrem mais com o FI e usam a estratégia de “Isolamento” para lidar com as pressões.
De modo geral, conclui-se que os grupos minoritários, como mulheres e negros, podem se utilizar de estratégias de coping positivas, especialmente por meio da realização de atividades físicas que podem contribuir para que os sentimentos de falsidade e subestimação sejam superados pelos acadêmicos.
MCELWEE, R.; YURAK, T. J. The phenomenology of the impostor phenomenon. Individual Differences Research, v. 8, n. 3, p. 184-197, 2010.
PARKMAN, A. The imposter phenomenon in higher education: Incidence and impact. Journal of Higher Education Theory and Practice, v. 16, n. 1, p. 51, 2016.
SKINNER, E. A.; EDGE, K., ALTMAN, J.; SHERWOOD, H. Searching for the structure of coping: a review and critique of category systems for classifying ways of coping. Psychological bulletin, v. 129, n. 2, p. 216, 2003.