Resumo

Título do Artigo

COMPORTAMENTO DESONESTO EM ESCOLAS DE NEGÓCIOS: UMA ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE PÓS-GRADUANDOS DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
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Palavras Chave

Plágio
Desonestidade
Ética

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Formação do Professor e Pesquisador

Autores

Nome
1 - Daniel Martins Abelha
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Departamento de Administração
2 - Cristiane Koda Perpétuo
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração
3 - Nágila Giovanna Silva Vilela
FACEC - Faculdade de Administração e Ciências Econômicas - Administração
4 - Fernando Rejani Miyazaki
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

O comportamento desonesto é um conjunto de condutas inadequadas praticadas por um indivíduo em ambientes institucionais diversos e que abrange uma variedade de atitudes antiéticas. Além de comportamentos mais diretos como o plágio, há condutas mais sutis como, por exemplo, o conluio, que é a colaboração indevida em tarefas (principalmente naquelas individuais) para beneficiar todos os participantes. As tecnologias de informação e comunicação facilitaram o acesso ao conhecimento, mas também possibilitaram e facilitaram comportamentos desonestos, principalmente aqueles ligados ao plagiarismo.
Parte dos indivíduos com condutas antiéticas no trabalho já se envolveram em práticas escolares desonestas, e mesmo em altos escalões podem existir condutas questionáveis. O objetivo principal deste estudo é analisar os significados e percepções dos pós-graduandos em Administração da USP sobre possíveis práticas de comportamento desonesto e plágio acadêmico. Os objetivos específicos são: (i) analisar as percepções dos entrevistados sobre causas e consequências do comportamento desonesto e do plágio acadêmico; e (ii) analisar as percepções sobre formas de combater estes desvios éticos.
A desonestidade acadêmica viola comportamentos éticos, mas também envolve a prática de atos enganosos ou injustos com o intuito de obter melhores resultados em uma avaliação de aprendizagem (Miller, Murdock, & Grotewiel, 2017). Além do plágio, compõem o comportamento desonesto a fraude (eletrônica ou não) e o auxílio externo. Já o plágio ocorre quando ideias ou palavras de um autor são utilizadas de forma inadequada e sem a devida menção à fonte (Innarelli, Sanchez, Cappellozza, & Albertin, 2011), e decorre de uma decisão individual e racional, motivada por crenças e percepções pessoais.
Este estudo é qualitativo e interpretativo, e a coleta de dados ocorreu por entrevistas semiestruturadas. Os entrevistados foram mestrandos e doutorandos em Administração da FEA-USP, realizadas de forma virtual em decorrência da pandemia de Covid-19, e tiveram uma duração média de 42 minutos. A análise de dados foi baseada na análise categórica de Flores (1994), cujos dados qualitativos foram reduzidos, categorizados e codificados a fim de capturar os significados relevantes por meio do processo analítico-investigativo. Em cada unidade de análise se contou a frequência dos resultados obtidos.
A análise retornou quatro metacategorias: 1. significado e percepção sobre o fenômeno; 2. causas; 3. consequências; e 4. formas de combate a práticas desonestas. A partir destas metacategorias, foi possível chegar a sete categorias segmentadas, que indicaram possíveis comportamentos antiéticos e de plágio acadêmico, fatores intrínsecos e extrínsecos que podem desencadear estes comportamentos, obstáculos futuros na carreira dos indivíduos envolvidos, e formas de combater o fenômeno nos graduandos, profissionais ainda em formação, divididas em ações prévias (preventivas) ou posteriores.
Os relatos dos entrevistados abordaram práticas antiéticas vinculadas às posturas de discentes e docentes universitários em seus cotidianos. Os achados são coerentes com a ideia de que há fatores intrínsecos e extrínsecos que podem motivá-los, e que as fraudes ocorrem a despeito de leis que tentem coibi-las. Os participantes manifestaram preocupação com as consequências que a desonestidade acadêmica possa causar para as futuras carreiras desses indivíduos, além de relatos com práticas preventivas e corretivas para combater comportamentos desonestos e aprimorar a formação ética dos estudantes.
Flores, J. G. (1994). Análisis de datos cualitativos: aplicaciones a la investigación educativa. Barcelona: PPU, p. 7-107. Innarelli, P. B., Sanchez, O. P., Cappellozza, A., & Albertin, A. L. (2011). Fatores antecedentes na atitude de alunos de graduação frente ao plágio. Encontro da ANPAD, RJ, Brasil, XXXV. Miller, D., Murdock, T. B., & Grotewiel, M. M. (2017). Addressing academic dishonesty among the highest achievers. Theory Into Practice, 56, 121-128. DOI 10.1080/00405841.2017.1283574