Resumo

Título do Artigo

REALIDADE E EXPECTATIVAS DE OPERÁRIOS E GESTORES QUANTO A SAÚDE OCUPACIONAL EM INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA
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Palavras Chave

Trabalho
Saúde no trabalho
Saúde ocupacional

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Bem-estar e Mal-estar no trabalho

Autores

Nome
1 - Cledinaldo Aparecido Dias
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS (UNIMONTES) - Departamento de Ciências da Administração
2 - Lucas Almeida Xavier
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - ICA - Instituto de Ciências Agrárias
3 - Júlia Salvador Argenta
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - Darci Ribeiro
4 - Kever Bruno Paradelo Gomes
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIENCIA E TECNOLOGIA DE BRASILIA (IFB) - Campus Gama

Reumo

As prerrogativas que delineiam a saúde ocupacional surgem nas organizações a partir da preocupação com a higiene industrial, com uma diretriz multidisciplinar, integrando profissionais e equipes de diferentes áreas. O objetivo fim dos serviços de saúde ocupacional volta-se para promover condições laborais e proteção à saúde dos trabalhadores, implementando medidas de prevenção e controle de acidentes de trabalho e adoecimento, na busca de reduzir as condições de risco. Dessa forma, ocupa-se de promover e preservar a integridade física do trabalhador no exercício de suas funções.
Reconhecidas a importância e a necessidade das organizações em criar políticas e práticas de gestão de pessoas voltadas para a saúde ocupacional, o presente trabalho questiona: como os gestores e operários de uma indústria alimentícia percebem a atenção da organização com a saúde ocupacional dos seus trabalhadores? Partindo dessa questão norteadora, esta pesquisa tem como objetivo analisar os discursos de operários e gestores de uma indústria alimentícia quanto a realidade e as expectativas em relação à atenção dada pela organização no que se refere à saúde ocupacional.
A perspectiva teórica que sustenta o artigo orienta-se para um olhar mais crítico sobre o trabalho e suas relações. O estudo parte de uma revisão de literatura sobre o trabalho no contexto social (BARRETO; HELOANI, 2015; BENETTI et al., 2014 e DIAS et al. 2019), seguido de uma descrição quanto a importância das reflexões sobre saúde ocupacional e os aspectos que a envolve (BADRI et al., 2018; EVANGELISTA, 2019; SALGUEIRO-CAPARRÓS et al., 2020; SHARMA et al., 2020) e, por fim, uma discussão quanto o amparo legal e a normatização de práticas organizacionais voltadas para à saúde ocupacional.
O estudo assume natureza qualitativa, desenvolvendo-se através de um estudo de caso, de cunho exploratório-descritivo, tendo como instrumentos de coleta e geração de dados a observação participante e a realização de entrevistas com oito operários e quatro gestores. A técnica de análise se baseou nos recursos teóricos-metodológicos da Análise do Discurso Crítica (CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999; FAIRCLOUGH, 2001) considerando as categorias interdiscursividade, avaliação e modalidade. O tratamento dos dados seguiu a sistematização proposta por Dias, Siqueira e Vieira (2021).
Os resultados apontam situações de negligência da organização em relação ao trato da saúde ocupacional, o que pode ser percebido nas falas que evidenciam abandono dos trabalhadores, falta de assistência e desamparo em relação a serviços de saúde ao trabalhador. As expectativas dos trabalhadores permeiam a oferta de plano de saúde e odontológico, contratação de profissionais especializados e maior assistência da empresa quando do adoecimento advindo do trabalho. Nas falas dos gestores verifica-se forte demanda por serviços voltados para a saúde mental dos operários.
O estudo reforça a importância da gestão organizacional se ocupar das questões da saúde ocupacional, partindo de iniciativas que ultrapassem as exigências legais e se preocupem em proporcionar um ambiente seguro, saudável e mais humano aos trabalhadores. As expectativas dos trabalhadores quanto à saúde ocupacional não apresentam investimentos custosos, suas demandas envolvem a oferta de serviços simples de saúde e assistência no adoecimento. Ações que podem contribuir para que a organização possa conquistar maior credibilidade, engajamento e envolvimento dos seus trabalhadores.
BADRI, A.; BOUDREAU-TRUDEL, B.; SOUISSI, A. S. Occupational health and safety in the industry 4.0 era: A cause for major concern?. Safety Science, v. 109, p. 403-11, 2018. BARRETO, M.; HELOANI, R. Violência, saúde e trabalho a intolerância e o assédio moral nas relações laborais. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 123, p. 544-61, 2015. EVANGELISTA, R. A. et al. Programas de promoção de saúde ocupacional implementados em professores de Instituições de Ensino Superior. Enfermería Actual de Costa Rica, San José, n. 37, p. 263-72, 2019.